quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Vai ter textão de amor sim!


Esses dias eu estava observando como é incrível a forma como as pessoas se incomodam com as declarações alheias, inclusive eu mesma já
me incomodei e sinceramente? Até hoje eu não sei o porque disso, mas enfim, que bom que mudei minha visão e hoje acho lindo todos e quaisquer tipos declarações.
É claro que declarações muitas das vezes não querem dizer nada, da mesma forma que atitudes muitas vezes também podem ser falsas ou forçadas. Seja texto, poema, música, gesto, se for verdadeiro é o que realmente importa! Por que estou escrevendo isso? Esses dias olhando meu instragram  antes de postar uma foto com meu namorado, notei que já haviam muitas fotos uma próxima da outra, cheias de palavras amorosas e por segundos me detive e erroneamente pensei "puts, tô postando foto demais, me declarando demais, o que as pessoas vão pensar?", costumo dizer que tenho duas Daynas interiores, a emocional e racional, me valendo disso que não sei ao certo se é uma qualidade, defeito ou loucura, deixei que a Dayna Racional respondesse, o que as pessoas vão achar de você? Que você gosta do seu namorado, que ele é importante para você e postar fotos com declarações é uma das tantas formas que você tem para demostrar o que sente, simples assim. Após essa resposta, postei a foto sim, me declarei sim e tampouco me importei com que os outros iriam pensar.
Afinal, o que tem de mais estar apaixonado, o que tem de mais deixar com que o outro saiba dos seus sentimentos por ele, o que tem de mais em sentir? Apesar da pouca idade e das poucas experiências, hoje eu percebo que sentimentos bons nunca são demais, sentimentos negativos como o ódio, o rancor, a tristeza e a inveja, esses sim não valem a pena nutrir, afinal, todos esses são venenos que tomamos esperando que o outro morra, enquanto os sentimentos bons, mesmo que não seja recíproco, mesmo sabendo que não é bom gostar sozinho, o amor nos torna nobres, por isso se você ama, se você gosta, se você tem interesse, diga, GRITE, posta foto, música, poema, mensagem de voz, só não os reprima por medo dos julgamentos alheios, sentimentos bons só se tornam ruins quando nos sufocam por não serem ditos. 

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Quando devo dizer eu te amo?


Eu pensei, pensei e pensei diversas vezes no que escrever e como escrever, afinal, quem diria que o amor, logo amor se tornaria meio que um tabu, uma coisa que as pessoas evitam pensar, falar e pior ainda experimentar. Entendo que muitas vezes nos decepcionamos quando entregamos amor à alguém, mas é sempre bom lembrar que ninguém é igual a ninguém e que não é porque cortamos o dedo uma vez, vamos deixar para sempre de manusear uma faca. Mais uma vez eu entendo que há traumas que são maiores que outros, há dores que não passam facilmente, mas é por isso que existem recursos para trabalhar essas dores e cicatrizes. 
Mas voltando ao tema do texto, falar de amor é falar de entrega, é falar de querer bem, é falar de empatia, companheirismo, respeito, falar de amor é falar de tesão, beijo, sexo, é falar de discussões que depois de uma boa conversa se resolve, falar de amor é falar de conflitos, fases ruins, mas que passam, se houver bom senso e não houver orgulho de ambas as partes, falar de amor é falar, falar, falar e não conseguir encontrar a definição exata. 
Hoje eu reparo em algo que, sem direito algum, eu julgava, aquelas pessoas que se conhecem hoje e amanhã já estão dizendo que se amam, quem sabe o que se passa  dentro dos corações dos outros, quem sabe senão elas mesmas a intensidade dos sentimentos que carregam dentro si? Quem somos nós, quem são os outros para reparar e julgar o "eu te amo" do outro? -Ah, mas como pode conhecer hoje e já amar? Soa falso, amor requer tempo- Se amor requer tempo, eu te pergunto, quanto tempo? Certa vez nessas postagens do Facebook eu vi algo que dizia que muitas vezes conhecemos as pessoas já as amando, e eu acredito, quem nunca ao se despedir de um novo amigo disse "eu amei te conhecer"? Sou imatura, tenho apenas 20 anos, poucas experiencias, mas das poucas que tive, hoje me fizeram notar que assim como as digitais dos dedos, sentimentos (com exceção dos que patologicamente são incapazes de sentir) todas pessoas tem, mas nenhum é igual ao do outro. Uns tem mais, outros tem menos, uns estão mais em evidencia, outros quase não aparecem, mas estão ali. 
Então se você gosta do outro, quer o bem, tem respeito e é recíproco, se joga, fala mesmo que ama. O amor não tem prazo. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Vamos falar de ansiedade?

O texto a seguir é extenso e destinado a pessoas que buscam algum tipo de conforto, apoio e/ou encorajamento.
Olá, meu nome é Dayna Taína Shockness dos Santos, tenho 20 anos, moro na cidade de Ji-Paraná no estado de Rondônia, estou no oitavo período de Psicologia e sou diagnosticada com Síndrome do Pânico (acho irônico isso e muitas vezes me pego rindo amargamente). Por que estou escrevendo isso? Além de me sentir bem escrevendo sobre qualquer tipo de coisa, penso talvez isso possa servir de consolo, apoio ou incentivo para quem passa pelo mesmo problema que eu. 
Bom, tudo começou em outubro de 2014 quando tive meu primeiro ataque de pânico. Começou assim que eu acordei, uma sensação estranha de que algo estava errado, que algo ruim iria acontecer e que eu iria morrer, começou com uma coisinha pequena, tipo um balão que foi se enchendo aos poucos, até que no meio da tarde P-O-W estourou, eu chorava, pensava que iria enlouquecer, me sentia inquieta, nada que eu fazia me acalmava, até que mesmo inquieta eu me deitei e adormeci, Acordei com a mesma sensação como se eu tivesse bebido muito e estivesse ressaqueada. À noite quando fui para faculdade, relatei o ocorrido ao meu professor e ele disse que se tratava de um ataque de pânico, comum quando se passa por algum evento estressor (na noite anterior ao ataque, eu dirigi pela primeira vez, na época eu tinha pavor de dirigir) o que naquele momento explicava o que me aconteceu. 
Mas não parou por aí, em 2015 as coisas pioraram, eram crises ansiosas em cima de crises ansiosas, a sensação que iria morrer em breve me atormentava de tal forma, que qualquer sintoma, até mesmo uma dorzinha simples de cabeça já me fazia sair do controle e entrar em crise. Fiz psicoterapia na faculdade onde estudo, tomei fitoterápicos, por algumas semanas resolveu, mas depois voltou tudo de novo, ainda pior. Eu já não sabia mais o que fazer, quase todos os dias eu chorava atormentada com o peso no peito, a sensação de sufocamento, a sensação de perda da realidade e o sentimento de estar enlouquecendo, tudo que me dava prazer deixou de fazer algum sentido, ler, sair com meus amigos, ir para academia. Até que em outubro... Novamente outubro tudo piorou, as crises se intensificam, até pensamentos suicidas passavam pela minha cabeça e devo admitir que a vontade era muito grande. O que me dava forças para vencer esses pensamentos, era minha mãe, meus amigos, concluir minha faculdade e dar orgulho ao meu pai onde quer que ele esteja. (Meu pai faleceu de câncer, em 29 de outubro de 2013). Depois tantas crises, conflitos com minha mãe por ela não saber o que fazer, passei quinze dias em episódio depressivo, passava parte do tempo deitada e dormindo, não queria levantar, quando levantava, eu começava a chorar, eu já sou magra, emagreci ainda mais. Passou-se sozinhas as crises ansiosas e os episódios depressivos, fiquei meses em paz, 2015 pra mim foi um ano pesado e complexo. Achei que estava "curada".
Em 2016 não me recordo o mês, mas foi logo no começo, tudo começou de novo, mas dessa vez com o triplo de força, as crises que antes só me faziam me encolher e chorar, começaram a me fazer perder as forças das pernas, me fazia gritar, puxar meus cabelos, às vezes eu até me arranhava para me concentrar na dor da carne ao invés da dor de dentro, sentia cada vez mais que estava enlouquecendo, sentia que me realidade estava me escapando entre os meus dedos, a vontade de me matar, de findar esse sofrimento gritava forte em minha cabeça, eu sentia como se eu fosse duas, a estranha que estava surtando do lado de fora e eu, Dayna estava presa dentro de mim, acorrentada, assistindo aquela cena de horror sem poder fazer absolutamente nada. Me sentia sozinha, abandonada, minha mãe não me entendia, brigava comigo, se irritava, na época eu sentia tristeza e raiva, porém hoje eu compreendo que ela estava se sentindo tão assustada e perdida quanto eu, talvez o sofrimento dela fosse maior que o meu, pois ela me via naquele estado e nada podia fazer, brigar, mandar eu me levantar, era o jeito torto que ela encontrava para tentar me encorajar a me reerguer. 
Com a piora das crises, deixei de sair, deixei de estudar, ia para faculdade só para ganhar presença, mais crises, mais intensas e com elas veio o tormento de não querer mais ir para faculdade. (Estudo em uma faculdade em uma cidade vizinha a que moro, logo vou de ônibus junto com outros estudantes). Cada vez que eu entrava no ônibus me doía a cabeça, me embrulhava o estômago, me atacava a gastrite (até gastrite nervosa desenvolvi por conta da ansiedade) quase sempre eu chorava quando chegava na faculdade. Até que um dia sai para ir para aula com aquela sensaçãozinha que já conheço muito bem, mas tentei não me importar. Suportei firme até que não aguentei mais, tive uma crise no meio de uma prova, dei um jeito de vir embora para casa, era uma quinta-feira, fiquei em crise até terça, foi quando já saturada minha mãe me levou a um psiquiatra, contei minha história e ele me deu o diagnóstico de Síndrome do Pânico, falou que não tem causas exatas, mas pode estar relacionado a traumas muito grandes que as pessoas podem sofrer. No meu caso, pode ter sido a morte do meu pai, a forma como eu recebi a notícia... Veja só algo que aconteceu em 2013 vindo refletir agora.
No momento estou fazendo somente tratamento medicamentoso, porém pretendo conciliar com psicoterapia. Comecei meu tratamento há três semanas, ainda estou me adaptando ao remédio, não é num passe de mágica que a ansiedade passa e as crises desaparecem, é normal as crises se intensificarem nas primeiras semanas, algumas reações orgânicas, mas faz parte do tratamento é o corpo se adaptando ao tratamento. Hoje minha mãe entende meu problema e me apoia, na faculdade as pessoas aos poucos estão se conscientizando do que tenho, meus amigos, apenas os mais íntimos sabem e meu namorado... Ah, o meu namorado, para os que acreditam dizem que Deus não te dá um fardo maior que você não pode carregar, hoje acredito fielmente nisso, pois foi no auge das minhas crises que ele me apareceu, me ouviu, me acolheu em cada momento, me abraçou, me deu força e total apoio, a ele eu dedico todo meu amor e gratidão, pela paciência e cuidado, além de seus infinitas qualidades que poderia passar vidas escrevendo aqui. 
Enfim, escrevi isso para tentar encorajar pessoas como eu a procurar ajuda enquanto está no começo, não espere as coisas saturarem, não sinta vergonha de ir a um psicólogo, a um médico psiquiatra, não se envergonhe de assumir o que tem. Procure ajuda, procure apoio, nem que seja de alguém só para te ouvir, só não se cale e nem sofra sozinho! Ansiedade é sério, ansiedade não é frescura e o mais importante, ansiedade tem tratamento. :)